17.11.09

(02:36) T: te sente limitada?
(02:37) L: sim. parece que qualquer liberdade torna a poesia prosa. daí desisto e escrevo o de sempre, que não é poesia, não é prosa, não é frase, não é conto. eu não sei o nome do que escrevo.
(02:38) T: acho que é poesia sim
(02:38) L: qual a definição de poesia?
(02:39) T: é o que me faz sentir
(02:42) L: eu gosto mais do que você escreve do que o que eu escrevo. Quando te leio, me sinto uma farsa.
(02:43) T: e eu me sinto prolixo quando te leio
(02:44) L: você descreve as coisas com perfeição. eu cuspo palavras.
(02:45) T: tu cospe sentimentos, eu enfeito mentiras
(02:46) L: meus sentimentos podem ser mentiras
(02:46) T: são?
(02:46) L: eu acho que eu não sinto. é possivel?
(02:47) T: não
(02:47) T: eu acho que tu não tens espaço
(02:48) T: eu acho que a tua solidão é pequena demais pra ti
(02:48) L: e se demorar demais pra eu sentir? Eu posso me acostumar com isso...
(02:50) T: dá pra se acostumar à infelicidade?
(02:51) T: dá, sim. Mas isso não é pra gente

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